terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

E por aqui eu fiquei sozinha, desesperada, ouvindo o barulho dessa chuva que cai, sentindo o corpo formigar. Eu tenho muito medo, mas apesar de tudo eu me arrisco. Como é bom sentir que você é livre de suas escolhas, mesmo sem ser. Uma sensação única, a chuva acalma e esse gosto também, ai que medo... Se eu não tenho para onde ir, é melhor eu ficar. Fui deixada para trás, que medo de não ter o que eu sempre quis. Que medo da única coisa que mantém minha respiração, acabe. Porque eu não comprei? Se eu soubesse que iria ser fácil me esconder e viajar, teria ido mesmo com tanto medo. O medo e a melhor sensação se misturam, é incrível. Até sentir o gosto amargo, até a água levar, até eu me esconder mais. Que diabo eu penso que estou fazendo? Porque isso dói e doeria em você também, se soubesse. Como eu sinto saudades de ser feliz... Não tem mais palavras, e dói, ai que medo. Porque você não me levou com você? Doeria menos, seria eu e você juntos em uma dor só. Eu estou só e abandonada pelo mundo, não consigo chorar, mas posso sentir minha garganta gritar. Eu escuto tantos barulhos e não tem ninguém pra me acalmar, não tenho uma mão para me levar para longe. Se eu pudesse voar, se eu pudesse ir até o seu mundo e te trazer de volta. Sinto frio, sinto tudo que eu não queria sentir. Eu não queria te preocupar quando eu saio essas noites sem avisar, mas a solidão também precisa de mim. E eu só preciso de você. Eu poderia entrar na madrugada e nas ruas, mas como faço para chegar até o ponto fixo vermelho que pulsa? Eu conto até cem, conto até mil, dois mil e eu não encontro ninguém para andar do meu lado. Eu não tenho mais esperanças de ser feliz, eu tenho alguns sonhos que me fazem respirar, só um, o mais tolo possível, e eu não tem haver com você, mas venha até mim, abra um sorriso e diga que ficará bem. Tenho medo de promessas, tenho tanto medo de tantas coisas. E se eu não conseguir chegar até lá? Morrerei. Sentirei saudades, mas devo deixar você partir, viver, acordar. Devo me deixar sozinha, devo fugir, devo te escrever... Eu deveria, mas tenho tanto medo. Eu tenho muito medo.

Um comentário:

Jairo Felipe disse...

Depositar a responsabilidade nos outros é sempre mais conveniente que chamá-la pra si. Então, na ausência de ousadia a fim de arriscar/ decidir algo, quem nos faz companhia é o medo que faz um par perfeito com o comodismo, haja vista um justifica o outro (geralmente). Não nos limitemos a esperar apenas, façamos algo, o mundo clama por uma atitude...sejamos felizes em nossas escolhas!